Mãos
brancas
pretas
pequenas
grandes
gentis
rudes
frias
quentes
secas
úmidas - tantos tipos!
Mãos
que acariciam
batem
dão vida
curam
abençoam
matam
semeiam
colhem
constroem
destroem - tantos atos!
Mãos másculas, fortes
constroem casas
defendem os seus
alimentam o fogo
do fogão, do coração amante.
Mãos femininas, delicadas
limpam lares
dão conforto e beleza
num trabalho de cama e mesa
para a alegria da família.
Mãos infantis, macias
que buscam o peito da mãe
a mão forte do pai
e apontam para uma estrela
Numa admiração ingênua da vida.
Cocais/2004
Heloisa Trad
Somente o poeta fala do indizível. Só o poeta com suas palavras prenhes, num silêncio visado pelas imagens poéticas, é projetado a partir da própria poesia. E isso implica em que ele constitui, nas suas ramificações internas, o silêncio como um outro em direção ao qual está o caminho, está esse 'outro', o projeto - que é o sentido - de uma linguagem articulada que não pode absorvê-lo sem se aniquilar. O silêncio fala! Só o poeta fala desse silêncio que diz o não-dito...
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