quinta-feira, 25 de março de 2010

Aceitação




Estamos num momento cósmico
Em que palavras são glamourisadas.
Amor é uma dessas palavras.
Com significado grandioso.
Mas aparentemente tão mal vivido! 

Eu não sei dizer o que é o amor.
Eu não SEI o que eu sou.
Eu não SEI o que o outro é.
Então, quem ama quem?
Para afirmar o amor, faz-se necessário
primeiro saber quem eu sou (o que sou),
quem o outro é (o que é)
e o que é o amor.

Temos várias definições de amor
nos dicionários, nas religiões,
na poesia, na filosofia,
na psicologia...
a qual vamos nos prender?

Racionalmente, tento viver o amor
como ACEITAÇÃO.
Aceitação do que vejo em mim,
do que vejo no outro,
sem culpa e sem acusações.

As palavras são apenas palavras...
procuro o significado do viver,
no silêncio... aprendendo a amar
a mim, ao outro, a vida!

Cocais, março/2010
Heloisa Trad

Terra

As terras da Terra
com seus lagos, rios, mares,
montanhas, picos, campinas,
tem uma riqueza exuberante
onde os pés humanos não contaminou,
onde a ambição humana não delapidou
onde a destrutividade do homem suas mão não tocou.

Planeta azul com seus recantos mágicos
que afaga minhas faces com seu vento, sua brisa...
que refresca minha fronte com a chuva cálida, tormentosa...
que queima todo meu corpo no sol escaldante,
me deslumbrando no seu nascente... no seu poente...

Terra colorida em diferentes matizes,
tenho vontade de a ti me integrar,
rolar sobre seu corpo, sentir sua energia,
colocar os pés, as mãos, todo o meu corpo
em seu regaço e ser afagado,
como um filho o é por sua mãe.

Nuvens, mares e ondas
horizonte que se descortina,
como se todo um futuro se oferecesse.
Transformações rápidas,
ilusões e desilusões vão se sucedendo...

A mata fechada remete ao oculto
ao mergulho no eu em busca da luz.
O belo lago plácido remete a paz,
a um instante de reflexão, de oração.
O deserto com suas dunas
que somem e ressurgem nos levam
do frio ao calor no corpo e na alma.

Vales, planícies e montes,
não canso de descortinar através
desses incidentes, o horizonte.
E me perco nessa infinita beleza
em puro êxtase...

Vejo as plantas, as pedras... tanta água...
Terra! Meus pés querem a tua maciez,
enquanto o incansável céu eu contemplo
querendo descansar... descansar...
deixando meu corpo ao seu pó retornar.

Cocais, março/2010
Heloisa Trad