quarta-feira, 23 de maio de 2007

Margaridas


Margaridas,
como tolas, perdidas,
medidas, vendidas,
no mercado das posses.

Margaridas,
dão sentido a quantos procuram,
na sua harmonia primitiva,
a Coisa perdida no seio da vida.

Margaridas,
que enfeitam e aceitam
ornar a horda
daqueles que matam
desejos, anseios,
em troca do sim, sem coerência,
em troca do não, a existência,
paciência! Ciência sem consciência...

Margaridas
que encantam poetas:
artistas da arte de viver,
que não se mimetizam
na metrópole vazia de luz,
no mundo que apenas produz
o desconhecimento crônico,
de si mesmo ...

Cocais/2003
Heloisa Trad

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