Somente o poeta fala do indizível. Só o poeta com suas palavras prenhes, num silêncio visado pelas imagens poéticas, é projetado a partir da própria poesia. E isso implica em que ele constitui, nas suas ramificações internas, o silêncio como um outro em direção ao qual está o caminho, está esse 'outro', o projeto - que é o sentido - de uma linguagem articulada que não pode absorvê-lo sem se aniquilar. O silêncio fala! Só o poeta fala desse silêncio que diz o não-dito...
segunda-feira, 2 de julho de 2007
Amarelo
Amarelo,
da gema do ovo,
do belo topázio,
do enxofre do demo,
do raio de sol,
do ouro da terra,
do aparecido girassol.
Amarelo,
dos anos dourados,
felizes, alegres.
Irradia calor,
me inspira,
no desejo do novo,
de novo sabor.
Amarelo,
do verde ao maduro,
vibrante, mutante,
junto ao azul,
é a cor verde.
Junto ao vermelho,
laranja aparece.
Amarelo
nem sempre brilhante,
numa ilusão de riqueza,
demonstra fraqueza,
palidez de tez descorada,
num estar de vez,
anêmica, desanimada...
Cocais, junho/2007
Heloisa Trad
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