segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Gato

Gato bicho ...
Gato gente ...

Gato arisco, preto, pressago,
desliza por toda a casa sem função
surgindo inesperado das dobras da superstição.

Gato matreiro, pardo, fogoso,
vadia sob as estrelas
à caça de novos amores
pelas esquinas da perdição.

Gato dengoso, branco, preguiçoso,
transita entre sofá e cama
procurando nos colos, afagos,
em silêncio, ao som da televisão.

Gato, meu gato,
felídeo, arredio, majestoso,
caçador de ratos, mestre dos sentidos.
Amado, odiado, temido,
preza fundamentalmente sua liberdade.
O amor lhe é graça insubornável,
paixão das gatas – gato sem dono!

Gato, meu gato,
humano, maneiro, sedutor,
caçador de lebres, mestre dos encantos.
Amado, odiado, temido,
tem em alto preço individualidade e liberdade.
O amor é seu maleável instrumento de sedução,
paixão das gatas – gato safado!

Gato, gatinho afoito,
humano ou não, largue a vadiagem,
se enrosque... deite-se aos meus pés
e aqueça o meu coração!

Cocais, agosto/2007
Heloisa Trad

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