sábado, 27 de junho de 2015

Lembrança




Lembrança

Quando tudo acontece
E uma lembrança
Explode para todos os lugares;
É perfeito!

O céu se abre
O sol irradia
O coração fica aquecido
E a terra mais verde.

Posso pular de alegria
Correr ao encontro
De um abraço-urso, bem forte
E falar com você de todo o meu amor.

Amor infinito, eterno, imensurável
Que fez  um diferente sentido
Depois de conhecer você...
E armazenar só boas recordações!

·         Poesia dedicada a minha neta amada Helena Trad Aguilar, que aos cinco anos escreveu a primeira estrofe.

Cocais, setembro/2014

Heloisa Trad

Amor e dor



Amor e dor

Você nasceu
A partir de mim.

Você cresceu
Cuidado por mim.

Você morreu
Dentro de mim.

Sofri e chorei
Sem quere dizer
Um definitivo adeus.

O amor deu lugar à dor
-  um vazio ficou incolor -
A habitar em mim.

Cocais, junho/2015

Heloisa Trad

sábado, 22 de março de 2014

Deixar rolar


Preciso deixar rolar
Como o leito do rio
Permite as suas águas
Que não são suas
Mas fluem através dele
Da foz para a embocadura
Ora sinuosamente
Ora silenciosamente
Ora placidamente
Ou não.

Liberdade de seguir
Sem palavras
Sem ações externas
Sem julgamentos
Ou opressões.

Preciso me calar
Me acalmar, amar...
E permitir que a vida flua
Para mim,
Para o outro,
Livremente,
No seu ritmo e no seu tempo
com reverência
pela sabedoria intrinsica
da terra, da água, da vida!

Cocais, fev/ 2014
Heloisa Trad 

Início e Fim


Fim
Final
Finalização
De que?
Por que?
Pra que?
Querendo ou não
Tenho que prosseguir...
Ir
Vir
Viver...
Justificar o meu nascer
- Início do fim!

Heloisa Trad

Cocais, março/2014

Não é trabalho, é missão!



O fotografo com seu olhar de poeta
Carrega sua câmera,
Que, como um olho divino,
Olha, vê e registra
As nuvens no céu, a água na terra,
A exuberância do verde e a beleza dos seres
Que habitam o mundo mágico
Povoado pela arca de Noé.

Num instante fotográfico ele registra
Para a eternidade, a efemeridade do viver
Do animal racional e do irracional.
Registra a cauda do esquilo que acaricia o tronco
Da frondosa árvore da vida
E o voo da borboleta num toque de flor em flor
Sob o cantar harmonioso dos pássaros
Anunciando o alvorecer.

Registra o que muitos não podem ver,
Dando oportunidade aos que desejam,
Olhar a natureza pelo seu olhar amoroso,
Conhecer a vida vegetal, a vida animal,
E os inúmeros cantos e encantos da Mãe-Terra,
Desde o uivo do lobo, ao rastejar sinuoso da serpente,
Desde o trotar do cavalo, ao latido do cão
Que persegue o tatu em fuga para sua casa-buraco.

Em pura missão, através de um instante fotográfico
Ele dá oportunidade a todos, de testemunharem
O nascer, ao clicar um povoado novo ninho...
Como dá o de conhecer o morrer
No olhar o abate da onça que vai ornar
O colo de alguma mulher insana
Ou ainda, a derrubada de uma produtiva árvore
Destinada ao fogo ... ao forno de carvão!

Heloisa Trad
Cocais, 14 fev 2014

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Rama, rema e ama



Rama
Rema... rema...
Ama,
ao longo do mar

Rama
Ama... ama...
Rema,
nas ondas do amar  

No amor ao mar,
no amor à dama,
em cada remada
Rama afirma
seu amor à dama
seu amor ao mar

Rama a remar amará,
respirando o aroma
da maresia no ar.
Dor a clamar,
ansioso para arribar
rumo ao amor.

No amar a dama,
no amar o mar,
sempre o amor a declamar.
No mar a navegar...

Cocais, outubro/2013
Heloisa Trad


domingo, 27 de outubro de 2013

Amor, dor, amor

Onde começa a dor?
Onde termina?
Por que a dor e não o amor?

Doe o corpo
Doe a mente
Doe o espírito

Sem  conhecimento
Sem compreensão
Sem esperança de um término

Desassossego
Insônia
Desânimo

Quando passará essa dor?
Quando voltará o amor?
E viverei o amor e não a dor?

Doe o espírito
Doe a mente
Doe o corpo

Cocais, outubro/2012
Heloisa Trad

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Tristeza


Tristeza faz parte...
Mas de que?!
Mais que triste, estou cansada,
de mim, do outro, do mundo.
Só me sinto no silêncio.
É meu refúgio,
é o "ar que respiro",
é a energia que me alimenta.
Silêncio externo
silêncio interno.

Não lute contra a tristeza.
Quem diz que ela é má?
O que você fizer dela,
é o que fará a diferença.
Viva-a, assim como vive a alegria...
Tudo é ilusão, é nada!
"O nada está em tudo
 e o tudo está no nada".
O resto ...
é só o silêncio.

Heloisa Trad
Cocais, setembro/2013





Deus só
Deus um nó
eu só
minha mente,
- um grande nó –
só me dá dó

Como desmanchar
esse nó?
- desfazendo ilusões,
escolhendo diferente
um novo destino
onde o ser fique nu

Sem cabeça pensante
com coração pulsante
o nó desaparece
o real prevalece
enfim... a unicidade acontece

Cocais, março/2013

Heloisa Trad

Só perguntas


Eu não sei o que sou
Não sei quem eu sou
De onde eu vim
E para onde eu vou.

Sinto às vezes alegria,
Outras tristeza,
Tenho momentos de paz
E de intranquilidade também.

Seria o equilíbrio da vida
Essa gangorra que não para
Que nos motiva
E nos frustra?

E se esse balanço se quedar
Se o silêncio se instalar
As perguntas se calarem
É a morte a chegar?

Cocais, julho/2013
Heloisa Trad

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Páscoa



Páscoa é
a passagem, a transformação,
o renascimento ou a ressurreição,
ao mudar o modo de caminhar,
ao abandonar velhos hábitos, velhas ideias,
tristezas e mágoas, por novas escolhas.

Páscoa é
crer que além do nascimento e morte
está a vida eterna,
sempre a oferecer uma outra chance,
uma nova escolha,  um diferente caminho,
livre, para o destino que almejar.

Páscoa é
a certeza do autoconhecimento,
do grande encontro consigo mesmo,
saindo das trevas para a luz,
da ilusão para a verdade,
na maior celebração que possa haver.

Páscoa é
um estado de consciência, de ser,
que pode acontecer hoje, agora,
dependendo somente do seu querer,
ao dizer sim para alegrias do viver,
na simplicidade, na paz e no amor.

Feliz Páscoa!

Cocais, Março/2013
Heloisa Trad

domingo, 17 de fevereiro de 2013

O meu sempre fotografar



Não tenho cenas bizarras para registrar,
Tenho uns poucos animais ao meu redor,
Tenho o céu infinito, as montanhas e as matas já bem depredadas,
E os cursos d’ água ameaçados de acabar.
Tenho ainda o humano insano, a poluição geral,
E o deus-Mercado,  poderoso e dominador,
Que aponta comportamentos e caminhos
que me recuso a trilhar e até mesmo a fotografar.

Tiro fotos desse meu mundinho
Querendo compartilhá-las,
Mas essas imagens “banais”
Quase não mais a ninguém encantam
Até se espantam pensando;
- o que será que ela quer mostrar?!
Nada é inédito ou impactante,
Televisivo ou liberador de adrenalina!

As pessoas não se apercebem de que,
Não há dois momentos iguais ou dois olhares idênticos.
Olham mas não veem o entorno, as mil e uma formas, tons e aromas
de que é constituída a bela e rica Mãe-natureza,
fonte de nossa vida, - hoje, um obsoleto objeto de contemplação.
Não se apercebem dos desejos imanentes de seu próprio ser,
Sempre a correr para novos estímulos que lhe são impostos.

Se pudessem tirar  a atenção das redes sociais,
dos aparelhos eletrônicos viciantes,
das garrafas alcóolicas com seus inebriantes
caminhos de fuga – entre outros mecanismos de defesa -,
que permitem um não se ver, não saber, não ser!
Se pudessem voltar a alegria pueril, infantil,
Encher os pulmões de ar, de prana...
Dançar no seu próprio ritmo... celebrando a vida!

Cocais, fevereiro/2013
Heloisa Trad

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Céu e terra


.
Alço voo sobre as nuvens
A procura dos anjos da fé
Encontro o infinito azul
E estendo minha mão
Numa tentativa de encontro.

Olho para baixo
E lá está a terra devastada
Pela insensatez humana
Em todo lugar encontrada,
Por uma luta de poder acelerada.

O avião segue em linha de cruzeiro
Poderá chegar a algum destino
Poderá cair num precipício
Me levando não ao lar almejado
Mas me atirando direto ao inferno...

Não importa!
A busca continua independente do resultado
Talvez o nosso destino seja somente caminhar.
Que as forças não nos faltem é preciso
Senão à beira do caminho iremos ficar.

Cocais, fevereiro/2013
Heloisa Trad

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Dor e cansaço



Dor,
Velhice,
Solidão,
Cansaço,
De tanta emoção,
E muita desilusão.

Um pássaro, sem pouso
Um barco, sem leme
Um caminhar, sem rumo
Um dia, sem amanhã
Pensamentos que vem e que vão
E uma vontade enorme de dormir.

Árvore desfolhada,
Céu cinzento,
No agito do vento,
No silêncio aterrador,
Que gela até a alma
E no qual nada vibra.

O cansaço é muito
De brincar de viver,
Quando estou a morrer.
Meus olhos secaram,
Minha boca está muda,
Faz-se mister ... o fim!

Cocais, fevereiro/2013
Heloisa Trad

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Mascarado vive-se




Vestir-se para o carnaval
Muitas vezes é o tirar da máscara
Em que se esconde no dia-a-dia
Como mecanismo de defesa
Que não permite ao outro
Saber como se é
Ou quem não se é.

Um modo ilusório de viver
Pensando em não sofrer,
Com medo de ser magoado
Rejeitado ou mal amado,
Cobrado e controlado
nesse faz-de-conta vil
traindo a si nesse usual.

Nos efêmeros dias de folia
Se despe, tira a máscara,
Permitindo o aflorar de desejos,
A realização de sonhos,
Numa transgressão de regras
Que leva a mágicos momentos
De encontro consigo mesmo.

Cocais, fevereiro/2013
Heloisa Trad

Está tudo certo



Está tudo certo.
O certo e o errado
O bem e o mal
O bom, o ruim
O positivo, o negativo e a neutralidade

Está tudo certo.
Tudo é vivência
Grandes e pequenas experiências
Que levam a evolução
- até mesmo a uma aparente involução -

Está tudo certo.
Nascer, morrer, transformar
Nada se perder, nada se criar
Nessas alternâncias de estados
Onde pensamos que algo sabemos

Está tudo certo.
Nada a fazer
Somente viver com plenitude
Nossa total impotência
Como um micro num universo macro

Cocais, fevereiro/2013
Heloisa Trad

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O meu fotografar



Não tenho mar para fotografar
Nem grandes centros urbanos para registrar
Ou imponentes castelos para impressionar
Menos ainda obras de arte para um sonhar

Tenho a terra, pequenos rios, riachos e poças d’água
Um céu cinzento, ora azul, ora cegando através de um sol quente
Gente moradora da área rural com suas casas simples
Gado, cachorros, gatos... Animais do cotidiano

Tenho as montanhas com suas alternâncias
As vezes muito verdes outras, amareladas pela seca
E outras negras pelas queimadas daqueles
Que querem ver as cobras pularem

Então meu olhar vai para a flor do campo
Para um tronco de árvore,
Para a chuva que cai e molha as folhagens
Que irradiam alegria nesse refrescar

Olho e vejo detalhes dos mesmos caminhos
Que percorro prazerosamente no meu dia-a-dia
Nesse paraíso calmo e simples em que vivo
Onde o livro mais lido é o Livro da Natureza!

Cocais, novembro/2012
Heloisa Trad 

Oração


Oração é comunhão
Ação de encontro com o Deus
Uma cumplicidade
Vivência de união.

É uma relação de amizade
Vivida com encantamento
Numa sensação, num êxtase
De Eu e o Pai somos Um.

Um momento, de entrega
Ao amor que tudo permeia
Que dá sentido a vida
Ao estar no aqui e agora.

Oração uma emoção vivida
Entre o Amado e o Amante
No encontro permeado pela luz
Pelo saber, pelo Amor!

Cocais, janeiro/2013
Heloisa Trad

sábado, 15 de setembro de 2012

Completude na solitude



Solitude,
solidão daquele que não se sente só 
porque esta em comunhão consigo mesmo
numa riqueza de sentimento que transborda
na paz, na alegria e na aceitação...
aceitação de si, integridade...
aceitação do outro, solidariedade...
aceitação da vida, divina sabedoria...

Solitude,
Oportunidade de no silêncio externo
Ouvir a si mesmo
Quem realmente se é
O que realmente se quer
E caminhar o caminho que escolhe
A cada passo, a cada momento
De um findar, de um recomeçar...

Solitude,
É um viver consciente
De que nascemos sós
De que morremos sós
Mas n’Ele temos o nosso ser
Numa plenitude infinita
Sem nenhuma dualidade
E sim pura serenidade...

Cocais, setembro/2012
Heloisa Trad

terça-feira, 3 de julho de 2012

Um olhar para ser




Olhei
Vi
Vivi
Registrei.

Compartilho esse olhar
Para que me conheça
Saiba do meu sonhar
Do meu desejo
De acontecer
De ser!

Olhei e vi
Vivi e aprendi
Sofri e amei
Cresci.

Compartilho esse existir
Para que se conheça
E busque sua verdade
Alimente seu desejo
Siga seu caminho
Ee viva a vida!
  
Cocais, julho/2012
Heloisa Trad