Celebre o novo ano que chega
e este ano que finda.
Celebre estar respirando, vendo, ouvindo,
degustando a água, o vinho e o pão.
Celebre estar sentindo o calor, o frio, o vento, a chuva,
o sol e a sombra.
Celebre o prazer de dar e de receber
seja um abraço, um beijo, um sorriso ou um olhar amoroso.
Celebre poder dormir em paz,
e o acordar - um recomeçar!
Celebre poder cozinhar o alimento e degustá-lo.
Celebre o tomar um banho
- na chuva, no banheiro, no rio ou no mar –
e se refrescar...
Celebre sentir o aroma das flores, da terra molhada e do ser amado.
Celebre o ouvir a voz das pessoas queridas, as músicas divinas,
os pássaros cantando e o silêncio grandioso!
Celebre a presença do outro e a solitude - estar consigo mesmo!
Celebre poder andar com os próprios pés,
sentir a terra seca, a areia úmida, a maciez da grama
e as pedras do caminho ...
Celebre seu corpo – poderosa ferramenta
para todos os sentires...
Celebre sua integridade, sua grandiosidade e sua pequenez.
Todas as coisas devem ser celebradas – todas!
Pare por um momento e celebre.
Celebre cada agora e viva plenamente!
Celebre você, a sua vida, a VIDA!
“Se você puder celebrar momento a momento, a vida se tornará religiosa — e não existe outra religião, não há necessidade de ir a qualquer templo. Então, onde você estiver é o templo, e tudo o que você estiver fazendo é religião”. Osho
Feliz Ano Novo!
Com saúde, em paz, em plena alegria.
Somente o poeta fala do indizível. Só o poeta com suas palavras prenhes, num silêncio visado pelas imagens poéticas, é projetado a partir da própria poesia. E isso implica em que ele constitui, nas suas ramificações internas, o silêncio como um outro em direção ao qual está o caminho, está esse 'outro', o projeto - que é o sentido - de uma linguagem articulada que não pode absorvê-lo sem se aniquilar. O silêncio fala! Só o poeta fala desse silêncio que diz o não-dito...
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
domingo, 28 de novembro de 2010
Luz e sombra
A lua brilha na noite
Raios de luz cortam a escuridão
Como o silêncio
Permite na meditação
O iluminar da minha mente
Sombra e luz se alternam
Até o raiar do dia que tudo clareia
Levando a sombra a se esconder
E o equilíbrio yin-yang se rompe
Até um novo anoitecer
Vivo na e da dualidade
Do sim e do não
Do dia e da noite
Do acordar e do adormecer
Num perfeito acontecer.
Cocais, novembro/2010
Cocais, novembro/2010
Heloisa Trad
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Que beleza!
bela flor
nasce, desabrocha
nos encanta
exala perfume
colore jardim
cheia de harmonia
murcha, morre
como nós.
Cocais, novembro/2010
Heloisa Trad
domingo, 10 de outubro de 2010
Presente
Eu tive um filho
ganhei um presente
e com o presente me encantei.
Sonhos eu sonhei,
ilusões eu criei
e o presente eu amei.
Um filho eu tive
um presente eu ganhei,
um presente eu perdi.
Sonhos eu abortei,
frustração se fez presente
e o presente esvaziou a mãe.
Meus braços estão abertos,
o coração está calmo,
num agora sem desejos...
Aprendo a jejuar, meditar e esperar,
vivendo a vida presente
como Sidarta em sua barca...
Cocais, outubro/2010
Heloisa Trad
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Eu morri
para ele, para ela, para você...
Morri a cada inverno
e renasci com a primavera.
Morri em cada adeus
e renasci ao ouvir Ravel.
Morri em cada sonho desfeito
E renasci a cada cair de um véu.
Morri mas a morte não me levou
nasci carregando um corpo
que se desintegrará quando a morte
conseguir me fazer a ela acompanhar.
Cocais, outubro/2010
Heloisa Trad
Hoje preciso
Hoje preciso
de recolhimento,
de solitude,
de paz
e quietude,
em silêncio.
Hoje preciso
ignorar o mundo a minha volta,
que chama aos gritos,
que exige,
que controla
e nos anula.
Hoje preciso
pensar, refletir,
encontrar o meu eu
tomar ciência de
desejos e sonhos
só meus.
Hoje não quero falar,
Não quero outros ouvir,
Quero mesmo é ser eu
Em silêncio, no silêncio
- plenitude do ser!
Cocais, outubro/2010
Heloisa Trad
Ser feliz
Razão sem emoção
um pensar na decisão
com juízo, bom senso, direito.
Embasada em conhecimentos
que se pretendem dotados de
necessidades e universalidade,
é o real oposto a imaginação.
Razão é supostamente
agir racionalmente de modo
a não fazer o mal.
Termo prostituído
com vários significados
um ideal de interpretação
do mundo ocidental.
Ser feliz é viver
sem chegada
sem partida
é sonhar os meus sonhos
rir... chorar...
sabendo que
nada é importante demais.
Ser feliz é em meio a escuridão
me deixar guiar pela minha luz
sem medo de errar
sem culpa a me travar
assumindo minhas diferenças
sabendo que
o amor não dá conta de tudo.
Não ter razão e ser feliz
é viver a vida no agora,
com calmarias ou tempestades
buscando em cada escolha
responder a questão: “prá que?”
sem me sentir obrigada
A ser feliz!
Cocais, outubro/2010
Heloisa Trad
O que sei eu do amor
O amor não conhece o oposto,
não conhece conflito nem dor
vive no silêncio sem pensamento
sem consciência, fora do tempo.
Maravilha que o homem sempre buscou
e só pode ser encontrada
quando renunciou a si próprio
e no uno mergulhou.
No amor não há posses
não há o outro nem o eu
sem responsabilidade sem diretrizes
ele vive a impessoalidade você e eu.
Cocais, outubro/2010
Heloisa Trad
Só perguntas
O que sei eu do amor?
Quem pode ensinar-me o que é o amor?
Onde aprender a amar?
Como amar?
Amor
é prazer, satisfação, afeição,
é pendor, inclinação, paixão,
é amizade, zelo, atenção,
é simpatia, desejo, tesão,
é caridade, misericórdia, devoção.
Amor depende
do pensamento
do sentimento
ou da emoção?
O amor expressa uma idéia? Um ideal? Um pensamento?
É o gostar de uma certa pessoa? É um sentimento?
É atração carnal? Sensualidade? Sexualidade?
É troca de emoções? Paixão? Sensação?
É companheirismo? Amizade? Camaradagem?
É zelo? Apego? Atenção? Admiração?
É Desejo? Prazer? É necessidade?
Temos idéias a respeito do amor,
idéias sobre o que ele deve ou não deve ser.
Pode ser apenas um código de relacionamento
criado pela cultura em que vivemos.
Amor é vontade de possuir? Conservar? Controlar?
De influir no pensar de outrem?
É dor? Sofrimento? Responsabilidade?
É carinho? É ternura? É caridade?
Afinal, o que realmente significa?
Amor é muito mais do que tudo isso
Assim rejeito tudo o que se diz a seu respeito.
Quero encontrar por mim mesma
o que ele não é e o que ele é.
O amor não é produto nem tem objeto.
Não tem causa nem efeito.
O amor é. Sempre o presente ativo.
Não é "amarei" ou "amei".
Quando uma pessoa ama
deve estar livre da outra,
livre de si própria,
íntegra no Eu Sou.
Cocais, outubro/2010
Heloisa Trad
Só interrogações
Quem é o amante?
Quem é o amado?
O que é o amor?
Temos idéias a respeito do amor,
idéias sobre o que ele deve ou não deve ser,
um padrão,
um símbolo,
um código
criado pela cultura em que vivemos.
Amor, palavra carregada e corrompida
Que pode falar de
devoção extrema,
cuidado, caridade, afeição,
carinho, amizade, atenção,
simpatia, ternura ou compaixão.
O amor é pessoal ou impessoal?
Moral ou imoral?
Familial ou não familial?
Emoção ou sentimento ?
Realidade ou idealização?
O amor é para um só e não para muitos?
Se digo "amo-te", isso exclui o amor ao outro?
Amar a humanidade, permite amar o individuo?
Poderá a mente encontrar o amor
sem precisar de disciplina,
de pensamento,
de coerção,
de nenhum livro,
instrutor ou guia?
- encontrá-lo como se encontra
no horizonte um belo por de sol?
Cocais, outubro/2010
Heloisa Trad
Morre
Morre
por ter ousado
na água amar o fogo
por ter ousado
na água amar o fogo
na Terra querer
alcançar o céu
acordada sonhar
com voar bem longe
sem asas
e pés de chumbo.
Morre
Por ter ousado
Acreditar em amor.
Cocais, outubro/2010
Heloisa Trad
sábado, 18 de setembro de 2010
Letra
letra
seta indicativa
do meu caminhar
o meu eu
revela ao seu eu
a minha alma
nas linhas
seguimos ao encontro
do ser
eu sou eu
você está em mim
e na letra muda
o som do universo
mostra nosso Deus
o alfa... o omega...
eu e você!
Cocais, setembro/2010
Heloisa Trad
Eu sou tudo o que é, tudo o que foi; e tudo o que será.
"Ehyeh-asher-ehyeh".
Eu sou o oque sou”.
Riqueza na paz
Silêncio tem cor?
Sabor?
Odor?
Contem amor?
Desamor?
Dor?
Silêncio
é ausência
de som
de presença
de um tom
Silêncio
Sou eu comigo
Novas descobertas
Novas criações
Riqueza na paz!
Cocais, setembro/2010
Heloisa Trad
Tudo passa
Tudo passa. O bom e o ruim.
O belo e o feio. Tudo passa.
Usufrua o máximo do bom. Ele passa.
Aceite o ruim serenamente. Também passa.
O agora é o que temos, o que somos e criamos.
Criemos a paz, a inteireza, a alegria,
que está aquém do belo e do feio.
No mais tudo passa. Passa...
Cocais, setembro/2010
Heloisa Trad
O rio não é estático
“Ninguém pode tomar banho duas vezes nas águas do mesmo rio”.
Heráclito de Éfeso
Não podemos reviver um momento a dois
seja agradável ou não
pessoas mudam
emoções, sentimentos, pensamentos
a cada instante são outros.
O amor trabalha com diferentes vibrações
e as conexões são, no agora, diferentes.
Buscamos a repetição do antigo prazer
e a frustração então acontece.
Nos dizemos desiludidos
o que contraria a realidade
de achar que as águas do rio ficaram estáticas
esperando nelas um mesmo mergulhador.
O amor não pode tudo
ele não pode deter o fluir do rio
novos resíduos são atirados nas águas,
velhos galhos nelas caem,
outras pessoas nelas se banham
peixes desovam, margens se alteram.
À beira do rio
vendo suas águas rolarem
nossa eterna inconstância
numa mutação inevitável se aflora.
Não somos os mesmos de ontem
nesse real momento: o agora!
Cocais, julho/2010
Heloisa Trad
Amigo
Amigo diz sim.
Amigo diz não.
Amigo ouve em silêncio.
Amigo guarda segredo.
Amigo compartilha.
Amigo diz quando estamos nos prejudicando.
Amigo nos orienta.
Amigo nos critica construtivamente.
Amigo nos acompanha nas risadas.
Amigo chora conosco.
Amigo dá colo.
Amigo nos faz caminhar em frente.
Amigo nos segura quando pisamos em falso.
Amigo nos empurra para não cairmos no buraco.
Amigo nos perdoa por não sermos perfeitos.
Amigo aprecia nossas virtudes.
Amigo aceita nossos defeitos.
Amigo é amigo...
Cocais, setembro/2010
Heloisa Trad
domingo, 4 de julho de 2010
Dor e amor
saber
é dor
buscar
é dor
desapegar
é dor
dor
não é sofrer
é dor
que vem
que passa
como o amor
Cocais, junho/2010
Heloisa Trad
O tempo passa
as horas passam
o tempo passa
e eu fico parada
me despedindo do passado
esperando o futuro
sem viver
o real agora
Cocais, junho/2010
Heloisa Trad
Se
se
no eterno
não for o eu
for
apenas o pó
se
enterrar corpo
permite nascer
do individuo
o sujeito
a morte
permitirá
em fim
o Ser
apenas ser
Cocais, junho/2010
Heloisa Trad
Você e eu
de você
um pouco fica
de mim
um pouco vai
quem me dera
ter a indiferença
que de teus olhos,
para mim, sai
Cocais, junho/2010
Heloisa Trad
Chove chuva
quando chove,
sorrio
a natureza se alegra
o espirito se lava
se eleva...
quando faz sol,
eu mergulho
na água límpida
que a chuva me deu
e o corpo fica leve ...
Cocais, junho/2010
Heloisa Trad
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Para sempre
Quanto tempo dura o para sempre
do inicio ao fim de uma relação?
Mas será o fim quando ela acaba
Ou quando o prometido eterno
Se finda no efêmero agora?
Para sempre perfaz minha jura
ou apenas segura a minha inconstância
para ser aceitar neste momento
fazendo crer que sempre é tempo infindável
ou ainda, o infinito no tempo do agora?
Para sempre é nunca acabar
ou o nunca sempre chega
atrapalhando a ilusão
de que sou imortal
e de que tudo é eterno no agora?
Cocais, junho/2010
Heloisa Trad
Amor
O homem criou o amor
ou o Amor criou o homem
fica aqui a dúvida
sem bem saber do amor
se é sentimento, emoção
ou apenas uma ilusão
para acalentar coração
do medo da vida ser
só a sensação do agora viver.
Cocais, junho/2010
Heloisa Trad
Tristeza
Estou triste...
jovens ouvem funk
transam sem nenhum desejo
desconhecendo o que é amor.
Hoje estou triste...
tantas jóias são compradas
tantas coisas descartadas
crianças morrendo de fome.
Estou muito triste...
por poucos terem tanto
e muitos não terem nada
e ninguém perceber do caos nada.
Estou só triste...
por seres matarem outros seres
a fera-onça ser exterminada pelo homem-fera
e a cobra acusada de traidora.
Estou tão triste...
a beleza do corpo é muito exaltada
e a ética cada vez mais fora de moda
o sagrado não sendo mais do agrado.
Estou ainda triste...
velório virou festa
e festa pura droga
onde fica a alegria sem ectasy?
- Na tristeza!
Vou me embora.
Cocais, junho/2010
Heloisa Trad
O que é fotografar
Fotografar
É parar o tempo
Eternizar o momento
Gravar uma ação
Uma emoção
Um sentimento.
É aguçar o olhar
Desenhar com a luz
- Arte de poetificar pura -
Contar uma estória
Registrar uma história,
Que possibilita voltar no tempo
Da ilusão para o real momento.
Cocais, junho/2010
Heloisa Trad
quinta-feira, 25 de março de 2010
Aceitação
Estamos num momento cósmico
Em que palavras são glamourisadas.
Amor é uma dessas palavras.
Com significado grandioso.
Mas aparentemente tão mal vivido!
Eu não sei dizer o que é o amor.
Eu não SEI o que eu sou.
Eu não SEI o que o outro é.
Então, quem ama quem?
Para afirmar o amor, faz-se necessário
primeiro saber quem eu sou (o que sou),
quem o outro é (o que é)
e o que é o amor.
Temos várias definições de amor
nos dicionários, nas religiões,
na poesia, na filosofia,
na psicologia...
a qual vamos nos prender?
Racionalmente, tento viver o amor
como ACEITAÇÃO.
Aceitação do que vejo em mim,
do que vejo no outro,
sem culpa e sem acusações.
As palavras são apenas palavras...
procuro o significado do viver,
no silêncio... aprendendo a amar
a mim, ao outro, a vida!
Cocais, março/2010
Heloisa Trad
Terra
As terras da Terra
com seus lagos, rios, mares,
montanhas, picos, campinas,
tem uma riqueza exuberante
onde os pés humanos não contaminou,
onde a ambição humana não delapidou
onde a destrutividade do homem suas mão não tocou.
Planeta azul com seus recantos mágicos
que afaga minhas faces com seu vento, sua brisa...
que refresca minha fronte com a chuva cálida, tormentosa...
que queima todo meu corpo no sol escaldante,
me deslumbrando no seu nascente... no seu poente...
Terra colorida em diferentes matizes,
tenho vontade de a ti me integrar,
rolar sobre seu corpo, sentir sua energia,
colocar os pés, as mãos, todo o meu corpo
em seu regaço e ser afagado,
como um filho o é por sua mãe.
Nuvens, mares e ondas
horizonte que se descortina,
como se todo um futuro se oferecesse.
Transformações rápidas,
ilusões e desilusões vão se sucedendo...
A mata fechada remete ao oculto
ao mergulho no eu em busca da luz.
O belo lago plácido remete a paz,
a um instante de reflexão, de oração.
O deserto com suas dunas
que somem e ressurgem nos levam
do frio ao calor no corpo e na alma.
Vales, planícies e montes,
não canso de descortinar através
desses incidentes, o horizonte.
E me perco nessa infinita beleza
em puro êxtase...
Vejo as plantas, as pedras... tanta água...
Terra! Meus pés querem a tua maciez,
enquanto o incansável céu eu contemplo
querendo descansar... descansar...
deixando meu corpo ao seu pó retornar.
Cocais, março/2010
Heloisa Trad
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