segunda-feira, 8 de junho de 2009

Oliveira

Valença, oliveira, azeite,
nomes que lembram meu pai.
Janeiro do seu nascimento,
junho de sua inevitável morte
ao sessenta e sete anos de idade.

Por aqui Celestino passou,
lembranças e saudades deixou.
Marcou o meu ser,
completou sua missão
e ao pó voltou ...

Careca, olhos azuis,
a me fitar com integridade,
ao segurar minha mão
rumo ao Parque Municipal
no passeio dominical.

No carrossel em rodopio
ficava a sonhar
com boneca, pipoca e sorvete
na segurança de filha amada
protegida por esse homem valente,
de Valença... Península Ibérica.

Seus amores eram o tango,
- el dia que me quieras, o predileto –
Omar Kháyyam, espiritismo, maçonaria
ternos de linho, chapéu
e a linda Geroliza – minha mãe.

Que saudades dele meu Deus!

Cocais, maio/2009
Heloisa Trad

Em homenagem e ele, de Kháyyam:

“O bem e o mal disputam a primazia neste mundo.
O Céu não é responsável pela felicidade
ou pela desventura que o destino nos reserva.
Não agradeças pois, ao Céu, não o acuses também.
Ele é indiferente às tuas alegrias,
Indiferente aos teus pesares”.

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