Eu quero ser pedra.
É... ser pedra!
Pedra, não é interpretada.
Pedra é sentida, pesada,
pegada, quebrada,
jogada, largada,
jamais interpretada
como uma palavra enfim.
Eu não quero ser palavra,
que analisa e é analisada,
imbuída em conceitos,
distorcida, ela pode ser
mal ou bem interpretada
sem atingir a verdade,
realmente pensada
e sentida por mim.
A pedra é pedra
sem discussão, sem alteração,
na sua grandeza imutável.
A palavra pode à vontade
ser usada a bel-prazer
de quem fala e escuta
tornar-se um bálsamo
ou um instrumento mortal.
Eu quero ser pedra...
Cocais, março/2009
Heloisa Trad
Somente o poeta fala do indizível. Só o poeta com suas palavras prenhes, num silêncio visado pelas imagens poéticas, é projetado a partir da própria poesia. E isso implica em que ele constitui, nas suas ramificações internas, o silêncio como um outro em direção ao qual está o caminho, está esse 'outro', o projeto - que é o sentido - de uma linguagem articulada que não pode absorvê-lo sem se aniquilar. O silêncio fala! Só o poeta fala desse silêncio que diz o não-dito...
domingo, 29 de março de 2009
Água purificadora
Cansado
Estar cansado,
é estar esgotado
não mais querendo
estar apegado
a rotina da vida,
ao viver normativo
calcado no ter.
O cansaço surge
ao se sentir diferente
ao querer entender o ente
só podendo ser expresso
na linguagem poética.
A palavra de poeta
é suada, carregada
de metáforas, de sonhos,
fantasias...
Na busca do ser!
Ao expressar o sentir
A palavra não pode ser
pensada, analisada,
e muito menos interpretada
senão estamos de volta
ao ponto de partida
sem cansaço sentir.
Cocais, março/2009
Heloisa Trad
é estar esgotado
não mais querendo
estar apegado
a rotina da vida,
ao viver normativo
calcado no ter.
O cansaço surge
ao se sentir diferente
ao querer entender o ente
só podendo ser expresso
na linguagem poética.
A palavra de poeta
é suada, carregada
de metáforas, de sonhos,
fantasias...
Na busca do ser!
Ao expressar o sentir
A palavra não pode ser
pensada, analisada,
e muito menos interpretada
senão estamos de volta
ao ponto de partida
sem cansaço sentir.
Cocais, março/2009
Heloisa Trad
sexta-feira, 13 de março de 2009
A vida é um rio
no rio
as águas correm soltas,
livres
na vida
tentamos moldar a corrente
construindo represas
barragens, usinas,
pontes
que as águas tudo derrubam
e seguem, ora rugindo,
ora silenciosamente deslizando,
em meio a obstáculos
que vagarosamente
e inexoravelmente
vão sendo levados
pela corrente
há três formas
de se lidar com o rio:
em suas águas mergulhamos
e seguimos a corrente
ou sentamos a beira do mesmo
e aprendemos silenciosa e pacientemente
a ouvi-lo
também podemos
dar-lhe as costas
e em direção contrária seguir
perdendo sua música,
o saciar de nossa sede,
os peixes que matam nossa fome
e, sobretudo, o acariciar inigualável das águas
em nossa pele seca
vou sentar-me à margem do rio
a ouvi-lo ...
até que eu e ele sejamos um
sem conflitos, sem medos,
sem indagações sobre foz ou nascente
fluindo simplesmente
porque é rio
Cocais, março/2009
Heloisa Trad
as águas correm soltas,
livres
na vida
tentamos moldar a corrente
construindo represas
barragens, usinas,
pontes
que as águas tudo derrubam
e seguem, ora rugindo,
ora silenciosamente deslizando,
em meio a obstáculos
que vagarosamente
e inexoravelmente
vão sendo levados
pela corrente
há três formas
de se lidar com o rio:
em suas águas mergulhamos
e seguimos a corrente
ou sentamos a beira do mesmo
e aprendemos silenciosa e pacientemente
a ouvi-lo
também podemos
dar-lhe as costas
e em direção contrária seguir
perdendo sua música,
o saciar de nossa sede,
os peixes que matam nossa fome
e, sobretudo, o acariciar inigualável das águas
em nossa pele seca
vou sentar-me à margem do rio
a ouvi-lo ...
até que eu e ele sejamos um
sem conflitos, sem medos,
sem indagações sobre foz ou nascente
fluindo simplesmente
porque é rio
Cocais, março/2009
Heloisa Trad
terça-feira, 10 de março de 2009
No meu quarto
eu, um desabrigado,
abrigado
no meu quarto escuro
devaneando,
gemendo,
chorando,
sentindo a brisa fresca
que passa pela fresta
da janela fechada,
quebrada,
sem cortina,
parcialmente ocultando
o clarão da lua
apetece-me saber
que nesse canto do mundo
posso dar vazão
ao frio e a dor,
ao calor e ao amor,
com meus medos,
com meus sonhos,
louco, com perguntas
sem respostas...
que insisto em fazer,
para tentar ser
um vivente consciente
da vida nada saber!
Cocais, março/2009
Heloisa Trad
abrigado
no meu quarto escuro
devaneando,
gemendo,
chorando,
sentindo a brisa fresca
que passa pela fresta
da janela fechada,
quebrada,
sem cortina,
parcialmente ocultando
o clarão da lua
apetece-me saber
que nesse canto do mundo
posso dar vazão
ao frio e a dor,
ao calor e ao amor,
com meus medos,
com meus sonhos,
louco, com perguntas
sem respostas...
que insisto em fazer,
para tentar ser
um vivente consciente
da vida nada saber!
Cocais, março/2009
Heloisa Trad
Delírios
quarta-feira, 4 de março de 2009
Voar, voar
Voar, voar,
Plainar...
Do céu
A terra-mãe admirar,
Sentir a frescura do ar,
A grandeza do espaço,
A certeza de ter um lugar
E a liberdade me assolar.
Voar, voar,
Aterissar...
Da terra
O céu-pai contemplar,
Sentir a gravidade me segurar,
Perceber a necessidade do ter ,
Conscientizar da dificuldade de ser
E a liberdade me escapar.
Voar, voar,
Sonhar...
que transcendo o tempo,
que estou inserida no infinito,
criando e sendo criada a cada momento,
indo e vindo, dando voltas,
mas sempre seguindo o meu destino.
Cocais, março/2009
Heloisa Trad
Plainar...
Do céu
A terra-mãe admirar,
Sentir a frescura do ar,
A grandeza do espaço,
A certeza de ter um lugar
E a liberdade me assolar.
Voar, voar,
Aterissar...
Da terra
O céu-pai contemplar,
Sentir a gravidade me segurar,
Perceber a necessidade do ter ,
Conscientizar da dificuldade de ser
E a liberdade me escapar.
Voar, voar,
Sonhar...
que transcendo o tempo,
que estou inserida no infinito,
criando e sendo criada a cada momento,
indo e vindo, dando voltas,
mas sempre seguindo o meu destino.
Cocais, março/2009
Heloisa Trad
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