A beleza está nos olhos de quem sabe ver
e só é possível ver
se de lado ficar conceitos e preconceitos,
deixando o já visto, para surgir o que há de se ver.
Mente vazia, coração pacífico,
um olhar virginal descobre
no agora o novo.
Podendo então a beleza aparecer.
Cocais, novembro/2009
Heloisa Trad
Somente o poeta fala do indizível. Só o poeta com suas palavras prenhes, num silêncio visado pelas imagens poéticas, é projetado a partir da própria poesia. E isso implica em que ele constitui, nas suas ramificações internas, o silêncio como um outro em direção ao qual está o caminho, está esse 'outro', o projeto - que é o sentido - de uma linguagem articulada que não pode absorvê-lo sem se aniquilar. O silêncio fala! Só o poeta fala desse silêncio que diz o não-dito...
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Amor maior
ao lhe pegar no colo.
Agradeço a confiança que você tem em mim
se entregando em mais um rodopio.
Agradeço a oportunidade de ter
seus olhos nos meus olhos.
Agradeço ainda
nossas sessões de beijos,
as brincadeiras de esconder,
as provocações para brincar,
as piscadinha de olhos,
os sorrisos enternecedores,
a voz angelical dizendo:
- vovó! vovó!
Esse o amor maior...
Cocais, outubro/2009
Heloisa Trad
domingo, 15 de novembro de 2009
Não me adapto
o que não sou, quem não sou
para viver uma vida
pré-determinada no desconhecimento
da minha real identidade
há seres que acreditam saber
o que é a vida
o que são nessa vida
e vivem iludidos, perdidos
aos céus a clamar
antes não tivesse aportado aqui
acreditando num produtivo viver
e minha mente clarear
mas me vejo como dentro de um escuro túnel
sem nenhuma luz que possa me iluminar
ninguém nunca vai me entender
porque pensam que a tal vida
na estética mal ajambrada
vale a pena ser levada
as normas e as regras
que nos dizem para seguir
não me servem, não me valem
não me dizem para que estou aqui
acabo perdida no não ser
me decepciono com os iguais
que marcham em silêncio
sem nada querer saber
cabeças em piruetas
sorrisos de hienas
pés pesados,
arrastados e arrastando ao léu
a indiferença a tudo me invade
à margem, a nada me adapto
desconheço o endereço
da minha morada nesse mundo
o que buscava jamais encontrei
estou onde não sou
quero o que não tenho
me perdi nesse mundo de ninguém
eu não me adapto
e só me resta o cansaço
Cocais, março/2010
Heloisa Trad
domingo, 8 de novembro de 2009
Espelho
Espelho, espelho meu,
mostra mais do que quero ver,
mostra emoções que nego ter,
mostra rugas que busco esconder,
mostra o que não quero mostrar,
deixando entrever
o que do outro lado está.
Espelho que me atrai, fascina,
assusta , intimida.
cruel no seu escancarar
as mazelas da minha imagem
nesse meu entardecer.
Meu espelho criminoso,
cúmplice de mentiras
no esconder muito
não do que se está
mas do que se é.
Espelho, espelho meu,
haverá no mundo
alguém que saiba mais
de mim mesma do que eu?
Cocais, novembro/2009
Heloisa Trad
sábado, 7 de novembro de 2009
Eu Sou Feliz
Mas particularmente hoje
além de ser,
estou feliz.
Como o amor
nos ilumina.
Daí nós iluminamos tudo
e todos a nossa volta!
A chuva fica mais aconchegante.
O verde das plantas, brilhante.
Os olhos das pessoas, falantes.
O ar cheio de rósea alegria.
Estou particularmente feliz
porque você voltou!
Cocais, novembro /2009
Heloisa Trad
Encontro/Desencontro
A todo momento eu te encontro
a todo momento eu te perco
uma oscilação atordoante
uma visão que como a de um oásis
para o peregrino perdido, logo se esvai
e a crua realidade da sobrevivência cai
esquecer-te é o meu desejo
mas como faze-lo se teimas
em viver em mim?
pensar no que foi, ou pior,
no que poderia ser
é um ato do qual não me livro
me perco na luta de vida e morte
para me esquecer de ti
que é o mesmo que esquecer de mim.
Cocais, outubro/2009
Heloisa Trad
a todo momento eu te perco
uma oscilação atordoante
uma visão que como a de um oásis
para o peregrino perdido, logo se esvai
e a crua realidade da sobrevivência cai
esquecer-te é o meu desejo
mas como faze-lo se teimas
em viver em mim?
pensar no que foi, ou pior,
no que poderia ser
é um ato do qual não me livro
me perco na luta de vida e morte
para me esquecer de ti
que é o mesmo que esquecer de mim.
Cocais, outubro/2009
Heloisa Trad
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Quem?
Quando eu pergunto quem sou,
sou o que pergunta
ou o que responde?
Quando penso o que sou
sou quem pensa
ou sou o pensamento?
Quando silencio a mente
sou quem cala
ou sou o próprio silêncio?
Sou quem nada pergunta
quem nada responde
aquele além do agora.
Cocais, outubro/2009
Heloisa Trad
Assinar:
Postagens (Atom)