sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Desiludida

Ninguém vê o meu pranto,
mas choro...
Ninguém vê minha tristeza,
mas uma nuvem negra me envolve...
Ninguém vê a minha dor,
mas no silêncio sofro...

Sofro,
pela violência,
pelo individualismo,
pela destrutividade,
do meu semelhante.

Sofro,
pela injustiça,
pelo egoísmo,
pela crueldade,
dos irracionais seres humanos.

Sofro,
pela esperteza,
pelo desamor,
pela maldade,
que assola a humanidade.

Canso-me,
na constatação da minha impotência.
Invade-me,
uma desesperança frente à sociedade.
Nada quero,
não há papel para mim nesse teatro de absurdos.

Sem fé no amor que me movia,
nada sei.
Com minhas certezas destruídas,
nada desejo.
Com meus sonhos descartados,
nada espero.
De desilusão em desilusão,
fecho-me.

De onde vim?
Para onde vou?
São perguntas irrespondíveis.

Elas me moviam,
mas a falta de respostas,
paralisou-me.

Parece que o sentido da vida
é procurar sentido
no sem sentido.

E assim fico andando
em círculos, atrás do meu rabo,
querendo viver,
querendo morrer,
sem sucesso
em qualquer dessas empreitadas.

Cocais, setembro/2009
Heloisa Trad

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