O
fotografo com seu olhar de poeta
Carrega
sua câmera,
Que,
como um olho divino,
Olha,
vê e registra
As
nuvens no céu, a água na terra,
A
exuberância do verde e a beleza dos seres
Que
habitam o mundo mágico
Povoado
pela arca de Noé.
Num
instante fotográfico ele registra
Para
a eternidade, a efemeridade do viver
Do
animal racional e do irracional.
Registra
a cauda do esquilo que acaricia o tronco
Da
frondosa árvore da vida
E
o voo da borboleta num toque de flor em flor
Sob
o cantar harmonioso dos pássaros
Anunciando
o alvorecer.
Registra
o que muitos não podem ver,
Dando
oportunidade aos que desejam,
Olhar
a natureza pelo seu olhar amoroso,
Conhecer
a vida vegetal, a vida animal,
E
os inúmeros cantos e encantos da Mãe-Terra,
Desde
o uivo do lobo, ao rastejar sinuoso da serpente,
Desde
o trotar do cavalo, ao latido do cão
Que
persegue o tatu em fuga para sua casa-buraco.
Em
pura missão, através de um instante fotográfico
Ele
dá oportunidade a todos, de testemunharem
O
nascer, ao clicar um povoado novo ninho...
Como
dá o de conhecer o morrer
No
olhar o abate da onça que vai ornar
O
colo de alguma mulher insana
Ou
ainda, a derrubada de uma produtiva árvore
Destinada
ao fogo ... ao forno de carvão!
Heloisa Trad
Cocais, 14 fev 2014