“Ninguém pode tomar banho duas vezes nas águas do mesmo rio”.
Não podemos reviver um momento a dois
seja agradável ou não
pessoas mudam
emoções, sentimentos, pensamentos
a cada instante são outros.
O amor trabalha com diferentes vibrações
e as conexões são, no agora, diferentes.
Buscamos a repetição do antigo prazer
e a frustração então acontece.
Nos dizemos desiludidos
o que contraria a realidade
de achar que as águas do rio ficaram estáticas
esperando nelas um mesmo mergulhador.
O amor não pode tudo
ele não pode deter o fluir do rio
novos resíduos são atirados nas águas,
velhos galhos nelas caem,
outras pessoas nelas se banham
peixes desovam, margens se alteram.
À beira do rio
vendo suas águas rolarem
nossa eterna inconstância
numa mutação inevitável se aflora.
Não somos os mesmos de ontem
nesse real momento: o agora!
Cocais, julho/2010
Heloisa Trad