onde está a beleza?
no olhar do fotografo?
no objeto olhado?
no coração do poeta
que a imagem contempla?
são as mesmas verdades
são as mesmas belezas...
há nisso tudo unicidade
ou sincronicidade...
o que para mim é beleza?
ilusão da minha mente
- mente de poeta -
que imagina e sente
com os olhos a essência
dessa flor que
numa película foi entronizada
como a mais linda rainha
por mim fantasiada!
o fotografo, a flor e o poeta
numa cumplicidade ímpar
buscam a efêmera beleza
buscam a essência, a vida,
- ilusória ou não –
capturadas em seus olhos
em ínfimas frações de tempo
a serem eternamente registradas.
Cocais, maio/2009
Heloisa Trad
Somente o poeta fala do indizível. Só o poeta com suas palavras prenhes, num silêncio visado pelas imagens poéticas, é projetado a partir da própria poesia. E isso implica em que ele constitui, nas suas ramificações internas, o silêncio como um outro em direção ao qual está o caminho, está esse 'outro', o projeto - que é o sentido - de uma linguagem articulada que não pode absorvê-lo sem se aniquilar. O silêncio fala! Só o poeta fala desse silêncio que diz o não-dito...