sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Afluentes do Silêncio


o mutismo
a meditação
ausência de pensamento
e de sensação

deságuam no mar
do indizível
desconhecido
a saber

levam
da prisão a libertação
da admiração a negação
ao saber

o poema
o poeta
fluem intermitentes
água abaixo

inundam praias
encaracolam ondas
gigantes
pequenas
marolas

banham valentes
afogam incautos
habitat dos que nadam
da cabeceira – uma alma –
a foz – a Alma.

Cocais, julho/2008
Heloisa Trad

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Resposta


de Heloisa para Vitória:

Sou tudo que você diz...
e mais! Sua irmã e amiga,
presente nas ausências,
querendo ausentes presentes,
braços sempre abertos,
para a qualquer momento,
a todos receber com afeto.
Perto do telefone eu fico
para ouvir o que quero
e não quero,
para dizer o que devo falar
e o que deveria calar.
À frente do micro
esperando uma mensagem
que não chega
a enviar texos, imagens...
que abarrotam caixas de e-mails
eu fico!
Mas, que fazer?
Pessoas são presentes...
eu digo!